Prefeitura do Rio quer proibir celulares nas escolas e abre consulta pública


Atualmente, os alunos podem usar o aparelho nos intervalos, ou em sala para alguma atividade escolar específica. Uso prolongado de telas por crianças e adolescentes preocupa especialistas. A Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio de Janeiro abriu nesta segunda-feira (11) uma consulta pública para proibir os celulares nas escolas da rede.
Atualmente, os alunos podem usar o aparelho nos intervalos, ou em sala para alguma atividade escolar específica. Mas a ideia agora é proibir de vez durante todo o horário escolar.
Na avaliação de especialistas, o uso dos aparelhos prejudica a aprendizagem, a concentração e a saúde das crianças.
Secretaria Municipal de Educação do Rio abriu consulta pública sobre a proibição total de celulares em escolas
Reprodução/ TV Globo
Em agosto, a Prefeitura do Rio estabeleceu um decreto que proibiu o uso dos celulares durante as aulas. Agora, para 2024, a cidade quer bani-los — inclusive no recreio.
Segundo o Relatório de Monitoramento Global da Educação, feito pela Unesco, o uso contínuo de telas [celulares e computadores] por crianças e adolescentes afeta o autocontrole, a estabilidade emocional, ansiedade e a depressão.
De acordo com o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, o Brasil está entre os 3 países que mais usam redes sociais no planeta e que o decreto não se trata de ser contra a tecnologia, mas de utilizá-la de forma consciente e responsável.
Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, destaca que o uso excessivo do aparelho celular dificulta o desempenho escolar.
“Os especialistas neurológicos alertam que excesso de exposição de tela é ruim. Os dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) mostram que uma criança e jovens que trabalham com tela, para fins pedagógicos, acabam desenvolvendo desempenho fraco em matemática. Os celulares são distratores”, conta Costin.
“A escola não é só para aquisição de habilidade cognitiva, mas também para uma introdução a sociedade, para brincar, conversar, para relacionar com outros jovens. Perder essa chance, cada um com seu celular, é muito triste e prejudica o desempenho dessas crianças e jovens”, emendou.
Neste ano, uma pesquisa revelou uma disparada no número de crianças brasileiras com menos de seis anos que já se conectaram à internet.
O pediatra Daniel Becker tem acompanhado o movimento de perto.
“Essas crianças e adolescentes vão perder em habilidades, em capacidades, em relacionamento, em autoconhecimento. Ele acha que está num grupo de milhares de amigos pertencentes, mas aquilo é uma ilusão”, diz o especialista.
França, Austrália, Itália e algumas cidades dos Estados Unidos proíbem a utilização de celular em salas de aula.
A consulta pública – que receberá sugestões e opiniões – acontecerá até o dia 10 de janeiro de 2024, no site educacao.prefeitura.rio/consulta.
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