COP 28: rascunho do texto final não menciona a eliminação progressiva de combustíveis fósseis


A versão final do documento ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países presentes na conferência, que vai oficialmente até terça (12). O logotipo da COP 28 é exibido em uma tela durante a cerimônia de abertura da Semana de Sustentabilidade de Abu Dhabi (ADSW).
REUTERS/Rula Rouhana/File Photo
Um rascunho de um acordo da COP 28, a conferência climática das Nações Unidas que está sendo realizada em Dubai, foi divulgado na manhã desta segunda (11). O texto, porém, não menciona a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, um dos pontos mais esperados e debatidos da cúpula.
A versão final do documento ainda está sendo negociada por representantes dos quase 200 países presentes na conferência, que vai oficialmente até terça (12).
Veja o que está no documento:
De forma geral, o rascunho NÃO menciona diretamente a eliminação dos combustíveis fósseis, mas destaca a necessidade de reduções significativas nas emissões de gases de efeito estufa.
O documento, porém, propõe medidas como triplicar a capacidade de energia renovável globalmente e dobrar a taxa média anual de eficiência energética até 2030, além de reduzir o consumo e produção de combustíveis fósseis de maneira justa para atingir a neutralidade de carbono até 2050.
Além disso, o texto também aborda a redução de emissões não relacionadas ao CO2, como o metano, e incentiva a eliminação gradual de subsídios ineficientes aos combustíveis fósseis.
Assim, dá para dizer que o foco do documento está na transição para sistemas de energia com emissões zero ou baixas, utilizando tecnologias renováveis, nucleares e de captura e armazenamento de carbono.
Durante uma entrevista coletiva em Dubai, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, expressou sua perspectiva sobre o rascunho, afirmando que a métrica de sucesso dessa conferência dependerá da abordagem em relação aos combustíveis fósseis.
Mesmo sem ter lido o texto completo, ela ressaltou a necessidade de qualquer resultado que desacelere o uso desses combustíveis, ressaltando a importância da coerência com as recomendações científicas para alcançar o sucesso na luta contra as mudanças climáticas.
“Os resultados precisam ser coerentes no que a ciência diz que precisamos assumir. Faz 31 anos que dizemos [que a principal causa das mudanças climáticas são] os combustíveis fósseis,” declarou a ministra.
Segundo os especialistas, para alcançar a neutralidade de carbono neste século é imprescindível reduzir o mais rápido possível a dependência dos combustíveis fósseis.
Esta reportagem está em atualização.
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