Policial penal envolvido na morte de jovem agredida por seguranças, deixada na rua e atropelada em Cascavel vai a júri popular


Bruce Lee Saldanha Oliveira será julgado por homicídio, com qualificadora de dificultar defesa da vítima; cabe recurso. Defesa afirma que avalia possibilidades para recorrer. Caso Daiane: policial penal deve ir a júri popular
O policial penal Bruce Lee Saldanha Oliveira envolvido na morte da jovem Daiane de Jesus Oliveira, de 28 anos, agredida por seguranças, deixada na rua e atropelada em Cascavel, no oeste do Paraná vai a júri popular, definiu a Justiça na primeira fase das audiências de instrução do caso.
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Imagens de uma câmera de segurança registraram o caso. Inicialmente Daiane aparece sendo retirada de casa noturna e, em seguida, sendo agredida por seguranças e largada na rua. Instantes depois ela é atropelada e morta após ser arrastada por um carro. Relembre caso no vídeo a seguir.
Após briga, mulher é atropelada por carro, arrastada por 70 metros e morre em Cascavel
Nas imagens que mostram a morte de Daiane, o policial penal aparece tentando afastar Daiane da boate com agressões que, segundo a defesa dele, foram tomadas em legítima defesa, porque a jovem estaria com cacos de vidro na mão.
A audiência na segunda-feira (11) durou sete horas e definiu que Bruce Lee responderá por homicídio, com qualificadora de dificultar defesa da vítima. Cabe recurso da decisão.
O advogado de defesa do acusado, Alisson da Luz, afirmou que está estudando as possibilidades após a decisão e que avalia fazer um pedido de desaforamento, que é levar o júri para outra comarca.
“Meu cliente nunca assumiu aquele risco, nunca deu margem para que aquilo acontecesse. Foi sim um desentendimento, mas quando a pessoa de Daiane se deita na pista, foi um ato volitivo, da vontade dela e por várias vezes, não só os seguranças como aquela família de orientais tenta retirar ela de lá e ela não quer”, disse o advogado.
“Se precisar ir a um Tribunal do Júri […] (jurados) vão conseguir entender que se trata de uma tragédia incalculável, imprevisível e que nunca foi pensada, quista pelos agentes”, acrescentou a defesa.
Foram ouvidas as testemunhas do Ministério Público e testemunhas de defesa, na sequência foi realizado o interrogatório dos réus, entre eles o policial.
Daiane de Jesus Oliveira foi deixada na rua por seguranças antes de ser atropelada e ter o corpo arrastado por carro
Divulgação
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Os outros guardas
Minutos antes de ser atropelada, mulher foi agredida em via pública de Cascavel
Reprodução
Os dois seguranças que trabalhavam na boate, Jefferson Aparecido da Silva e Lucineia Monteiro Borges foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio doloso as qualificadoras de motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima.
Porém, para a fase de audiências de instrução, a defesa de Licineia pediu a suspensão do processo por omissão de socorro com resultado morte, que foi acatado pelo juiz para os dois seguranças.
Com isso, nenhum dos dois seguranças irá a júri popular e sem serão serão julgados pelo Tribunal do Júri.
O MP ofereceu um acordo com ambos e ficou definido que Jefferson vai pagar 300 horas em serviços comunitário e Lucineia vai pagar seis salários minímos de indenização para uma entidade assistencial ainda não definida.
De acordo com a defesa da família da Daiane, eles vão recorrer das qualificadora, como por exemplo a qualificadora de motivo fútil, que o juiz retirou.
A confusão
Imagens de câmera de segurança, sem áudio, mostram a briga a partir das 4h32 da manhã. Um homem com uma lanterna parece repreender a jovem, na calçada, em frente à Moonlight.
Às 4h33, o homem chuta o que parece ser uma lata de bebida. A jovem reage, vai para cima do homem e os dois começam a brigar na rua. Ela leva pelo menos dois chutes e um empurrão.
Conforme a confusão avança, outras duas pessoas saem de dentro de um estabelecimento. Inicialmente, elas não intervém fisicamente na briga e ficam assistindo.
Ainda às 4h33, a jovem corre em direção a um objeto na rua. Um outro homem avança e a segura por poucos segundos. Em seguida, o primeiro homem que estava na briga volta a empurrá-la e, após isso, ela fica deitada na rua.
Ainda às 4h33, uma moto passa pelo local e desvia da jovem deitada no asfalto.
Às 4h34, um grupo de cinco pessoas sai de dentro do mesmo estabelecimento e observam, da calçada, a jovem ainda deitada na rua.
Poucos segundos depois eles veem um carro se aproximando e fazem sinal com as mãos que tem alguém no chão. O carro não para e passa por cima da jovem.
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