VÍDEO: após 2 anos, búfalas vítimas de maus-tratos começam a ser levadas para ‘novo lar’


No sábado, 131 animais foram transferidos de Brotas (SP) para Cunha, no Santuário Vale da Rainha. Voluntários seguem precisando de doações para a manutenção das bubalinas. Búfalas vítimas de maus-tratos em Brotas são transportadas para novo lar: o Santuário Vale da Rainha, em Cunha (SP).
Bufalas de Brotas/Reprodução
Exatamente 763 dias depois de serem encontradas em situação de maus-tratos na Fazenda Água Sumida, as búfalas de Brotas (SP), como ficaram mundialmente conhecidas, começaram a deixar o local que tanto sofreram rumo à liberdade em uma nova casa: o Santuário Vale da Rainha, em Cunha (SP).
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No sábado (9), 131 animais pegaram estrada junto com os novos responsáveis. Os valores gastos com a operação de translado não foram divulgados. (veja vídeo abaixo).
Os voluntários seguem pedindo doações para a manutenção dos animais na fazenda, onde mais de 90% ainda vivem, e para arcar com o transporte deles para a nova moradia, o que precisa ser feito até fevereiro de 2024. (Veja abaixo como ajudar.)
CONFIRA O VÍDEO DO MOMENTO DO TRANSPORTE:
Depois de 2 anos, búfalas de Brotas começam a ser transferidas ‘para novo lar’
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Nas redes sociais, os santuários Vale da Rainha e Rancho dos Gnomos comemoraram a primeira etapa de remoção dos animais. Depois de uma briga judicial entre a família dona da fazenda e entidades de proteção animal, as ONGs foram nomeadas novas depositárias das búfalas.
“Graças as tuas contribuições, Mestras Búfalas começaram a ir para casa. Esse foi um dia histórico para elas que finalmente começaram a deixar a fazenda e todas as memórias dela para trás. E mesmo que saibamos tantas palavras, nenhuma delas é capaz de dizer o que fala o coração. Se vc sente vc entende. Outras 3 viagens estão agendadas para mover a maior parte das nossas do Vale da Rainha para casa”, escreveram.
Bezerro nascido durante a operação Búfalas de Brotas
Fabio Rodrigues/g1
Por que a ONG ARA perdeu a tutela dos animais?
A ONG Amor e Respeito Animal (ARA), que cuidava dos bubalinos desde novembro de 2021, perdeu a tutela dos animais no fim de outubro. Para a Justiça, a entidade deixou de apresentar documentos de registros, plano de manejo e não realizou a devida manutenção na fazenda, permitindo que animais invadissem propriedades.
Alex Parente, presidente da ONG ARA, ao lado das búfalas de Brotas um ano após o resgate
Ana Marin/g1
Os irmãos do fazendeiro Luís Augusto Pinheiro de Souza, acusado de deixar as mais de mil búfalas com fome e sede para morrer, chegaram a ser nomeados como novos depositários, mas não chegaram a executar nenhuma ação com o rebanho, já que a ONG ARA tinha até esta terça-feira (14) para deixar a fazenda e, agora, as novas entidades assumem a responsabilidade dos animais. Eles tinham interesse em vender as búfalas para abate.
O advogado Luiz Alfredo Angelico Soares Cabral, que representa a família, disse ao g1 que “o espólio iria recorrer da equivocada decisão”.
Como ajudar as novas entidades que cuidam dos animas?
Búfalas resgatadas em Brotas seguem precisando de cuidados
Fabio Rodrigues/g1
Desde novembro de 2023 com a tutela das búfalas, os santuários Vale da Rainha e Rancho dos Gnomos faz diversas ações para arrecadar dinheiro e arcar com os custos dos animais.
Quem quiser acompanhar o trabalho desenvolvido pelas entidades e doar algum valor para a causa pode acessar a página oficial das Búfalas de Brotas no Instagram.
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Maus-tratos
Em novembro de 2021, após denúncias, a Polícia Ambiental encontrou mais de mil búfalas em situação de abandono em uma fazenda de Brotas.
Carcaças de animais foram encontrados espalhados em fazenda no início da operação
Fabio Rodrigues/g1
De acordo com a polícia, os animais estavam em péssimas condições, sem comida e água. Pelo menos 22 deles já estavam mortos.
Souza chegou a ser multado em mais de R$ 4 milhões e foi preso por maus-tratos, entretanto, saiu da cadeia após pagar fiança. Ele voltou a ser preso novamente em janeiro de 2022. Em 17 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa.
Voluntários se mobilizaram para cuidar dos animais e, liderados por Alex Parente, da ONG Amor e Respeito Animal (ARA), começaram a trabalhar na recuperação dos bubalinos, além de travar uma briga judicial pela tutela do rebanho que foi doado à ONG no dia 20 de janeiro.
Em dezembro de 2021, pelo menos 98 carcaças de búfalos foram localizadas e desenterradas por peritos da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) na fazenda.
O relatório final da perícia ambiental concluiu que as búfalas passaram por mais de um período de estresse, sem alimento e água.
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