Liderança religiosa na luta contra pedofilia na Ilha do Marajó deve deixar região a pedido do Vaticano


Dom José Luis Azcona Hermoso recebeu um pedido da representação diplomática do Vaticano no Brasil para deixar a ilha marajoara. Desde 2016, ele atua como bispo emérito do Marajó. Dom José Luís Azcona Hermoso.
Tarso Sarraf
O bispo emérito do Marajó, Dom José Luis Azcona Hermoso, recebeu um pedido da representação diplomática do Vaticano no Brasil para deixar a região. Dom Azcona ficou conhecido internacionalmente por sua luta contra o tráfico humano e exploração sexual na ilha marajoara.
Segundo comunicado da Prelazia do Marajó, o pedido para o bispo emérito não ter mais residência dentro da região partiu da Nunciatura Apostólica no Brasil.
“Não recebemos da Nunciatura nenhuma notificação das motivações para tal pedido e nem mesmo detalhes. Apenas foi confirmado para nós, pelo próprio Dom José o pedido do Sr. Núncio”, informou a nota.
Ainda não há informações para qual cidade Dom José Luis Azcona será encaminhado. Rafael Guedes, padre da Prelazia do Marajó, disse que Dom Azcona atuou como bispo titular de 1987 a 2016 no Marajó.
“Nossa Igreja no Marajó tem respeito, carinho e gratidão pela história de Dom José no Marajó, seu pastoreio e pelas lutas sociais e pelos direitos humanos nas terras marajoaras”, diz o comunicado.
Defesa da região
Dom José Luis Azcona Hermoso nasceu em 28 de março de 1940, em Pamplona, na Espanha. Há 30 anos denuncia as mazelas da região e a exploração sexual de crianças no arquipélago.
Em 2015, Azcona denunciou casos em que as crianças se ofereceram aos ocupantes das balsas com o consentimento da própria família. Os fatos tiveram repercussão nacional.
O bispo emérito também foi fundamental para a instalação da CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa do Pará e no Congresso Nacional, nos anos de 2009 e 2010.
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