De crime organizado a feminicídios: como desvios de arma do poder público e o porte ilegal podem terminar em tragédias


O Profissão Repórter desta terça-feira (12) mostra casos em que os armamentos foram parar em mãos erradas e a busca para recuperá-los. Assista à íntegra do programa. Do crime organizado a feminicídios: como desvios de arma do poder público e porte ilegal podem terminar em tragédias
O Profissão Repórter desta terça-feira (12) investigou as armas do poder público que vão parar nas mãos do crime organizado.
O programa acompanhou durante dois meses a investigação sobre o furto de armas de uma base do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. Entre elas, metralhadoras calibre Browning ponto 50 – uma arma de guerra usada pelo Exército Brasileiro. Segundo o delegado Marcelo Prado, as armas seriam trocadas por base de cocaína e, eventualmente, levadas para o Paraguai.
“Essas armas hoje são objetos de desejo do crime organizado. Não raras as vezes você vê em trocas de tiros com a polícia, os criminosos usando fuzis, que são usados não só para eventualmente abater uma aeronave da polícia, mas também têm sido usados nesse crime chamado de ‘Novo cangaço’, onde invadem as cidades para roubar bancos e também roubo de carros-fortes. É realmente, um armamento de guerra muito específico que não pode e não deve estar nas mãos de criminosos”, afirma.
Profissão Repórter acompanha perícia das metralhadoras recuperadas de quartel em Barueri
Reprodução/TV Globo
A equipe também foi até ao prédio do Fórum de Guarujá, onde no dia 3 de junho de 2017, mais de 350 armas foram levadas. A reportagem descobriu que 6 anos depois do ocorrido, apenas 17 dessas armas foram recuperadas.
“Esse é um caso clássico onde você tem armas que não deveriam estar lá, 10, 20 anos numa prateleira, facilitando um desvio. E a gente vê que essa arma vai direto pra mão do crime, para cometimento de crime de rua, de homicídio, de roubo”, diz Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz.
Após 6 anos, apenas 17 das mais de 350 armas furtadas do Fórum de Guarujá foram recuperadas
Reprodução/TV Globo
Tragédias
Pistola de 9 milímetros foi usada em feminicídio no DF
O Profissão Repórter mostrou ainda como o porte ilegal de arma pode terminar em tragédia.
Uma pistola 9 milímetros foi usada no feminicídio de Izabel Aparecida Guimarães. Segundo as investigações, a vítima foi morta pelo marido que era CAC, na frente da filha de 10 anos.
“Esse tiro atravessou todas as pessoas da minha família”, diz Érica Tainá, sobrinha de Izabel.
Pistola 9 milímetros foi usada em feminicídio no DF
Reprodução/TV Globo
A defesa de Paulo Roberto Soares, acusado de matar a ex-mulher, informou que o processo corre em segredo de Justiça e não pode dar informações sobre o caso.
Vítima de feminicídio gravou o momento em que namorado a matou com uma pistola 380; veja
Em Jataí, cidade a 300 km de Goiânia, uma arma comprada esse ano, segundo a própria defesa do agressor, provocou um crime de grande comoção. A vítima, Ielly Gabriele Alves gravou o momento em que namorado a matou com uma pistola 380. Segundo a polícia, o assassino sumiu com arma.
“Ele me deu um abraço que eu nunca vou esquecer, porque ele olhou pra mim e disse: ‘Sogra quem fez isso, vai pagar’. Ela mesma filmou, ai não tinha como ele argumentar. Para aí no fim, a gente descobrir que foi ele”, relata Olesiane Alves, mãe de Ielly.
A defesa disse que Diego não teve a intenção de atirar contra Ielly, que ele pensou que não havia munição na pistola e que o disparou foi uma brincadeira que acabou em uma grande tragédia.
Vítima de feminicídio gravou o momento em que namorado a matou com uma pistola 380
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 12/12/2023
LEIA TAMBÉM:
VÍDEO: Profissão Repórter acompanha perícia das metralhadoras recuperadas de base militar em Barueri, SP
Confira as últimas reportagens do Profissão Repórter abaixo:
Adicionar aos favoritos o Link permanente.