A maior chuva de meteoros de 2023 poderá ser vista em todo o Brasil na noite desta quarta-feira (13), inclusive em Santa Catarina. Passarão no céu do País cerca de 100 meteoros por hora, mas quantos você verá depende de condições meteorológicas e de luz.
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Maior chuva de meteoros de 2023 poderá ser vista de Santa Catarina e em todo o Brasil – Foto: Freepik/stockgiu/Reprodução
Chamada de Geminídas por ficar na direção da constelação de gêmeos, a chuva de meteoros será notada também na noite de quinta (14). Ela começou no último sábado, contudo, atinge o pico a partir de quarta-feira, de meia-noite às 2h, e, dessa forma, poderá ser vista no Estado.
Os meteoros devem entrar na atmosfera terrestre a uma velocidade de 260 km/h e podem ser vistos a olho nu, desde que você não esteja em uma região poluída por muitas luzes. Alguns dos melhores locais para visualizar a chuva são nos terraços de prédios ou em meio a campos afastados dos grandes centros.
Normalmente registrada uma vez ao ano, em meados de dezembro, a Geminídas ocorre por conta da aproximação da Terra com a órbita do asteroide 3200 Phaeton, que já esteve próximo antes e possui diversas rochas e destroços.
![Imagem representativa do meteoro 3200 Phaeton, conhecido da astronomia Imagem representativa do meteoro 3200 Phaeton, conhecido da astronomia](https://static.ndmais.com.br/2023/12/3200-phaeton-nasa-hubble-800x480.jpg)
Meteoro 3200 Phaeton, já conhecido da astronomia, é o ‘responsável’ pelo fenômeno – Foto: Hubble Space Telescope/ESA/Reprodução
Você não precisa de nenhum equipamento especial, como telescópios, para avistar a chuva de meteoros. As condições climáticas é que permitirão, ou não, a visibilidade do fenômeno. Quanto mais limpo estiver o céu, mais fácil será para observar os meteoros.
De acordo com Marcelo Zurita, Diretor Técnico da BRAMON (Rede Brasileira de Observação de Meteoros), o segredo é não ter fontes luminosas em volta. “Se estiver no meio de uma cidade, vai acabar vendo, talvez, uns quatro ou cinco meteoros por hora”, aponta.
“Se você for para o interior, um local afastado dos grandes centros e desligar todas as luzes em volta, inclusive a do celular, é possível que se observe até 100 meteoros por hora”, calcula Marcelo. A recomendação é ir para um local o mais escuro possível.
![Foto do cometa Nishimura, que foi visto do Brasil em setembro de 2023 Foto do cometa Nishimura, que foi visto do Brasil em setembro de 2023](https://static.ndmais.com.br/2023/12/cometa-chuva-de-meteoros-800x533.jpeg)
Geralmente, os cometas é que são os originadores das chuvas de meteoros – Foto: Gianluca Masi via AP
Chuva de meteoros pode servir como prevenção de futuras colisões com asteroides
Essa chuva em si não representa nenhum risco para a Terra, mas pode servir como indício de que há algum objeto grande próximo à órbita do planeta. “Essa em específico não é gerada por um cometa, e sim por um asteroide, no caso o 3200 Phaeton”, explica.
“Ele não nos oferece nenhum risco para os próximos séculos, mas a gente tem ideia [de onde está]. Nesse caso, felizmente, é um objeto conhecido”, complementa. Em suma, se o fenômeno originar de um corpo celeste desconhecido, é hora de ligar o alerta.
As chuvas de meteoros se formam, geralmente, por cometas que, em passagens anteriores pelo sistema solar interior, deixam uma trilha de detritos quando eles são aquecidos pelo sol.
![Imagem ilustrativa de meteoro em rota de colisão com a Terra Imagem ilustrativa de meteoro em rota de colisão com a Terra](https://static.ndmais.com.br/2023/12/meteoro-terra-kjpargeter.jpg)
Próxima chuva de meteoros não representa riscos à Terra, mas fenômeno pode servir de prevenção contra futuras colisões – Foto: kjpargeter/Freepik/Reprodução
Neste processo, os gases vaporizam e os jatos de vapor levam também parte da poeira que compõem as pedras de gelo, que é o que são os cometas, vindos dos confins do espaço. Esses fragmentos formam uma trilha de chamados meteoroides, que medem menos de um metro.
Entenda a diferença entre meteoro e meteorito
Apesar de originar de um cometa, ou, no caso mais recente, de um asteroide, o nome “chuva de meteoros” se dá por uma explicação simples. “Um meteoro é um fenômeno luminoso que é gerado pela passagem atmosférica de um meteoroide em alta velocidade”, explica Marcelo.
“Um meteoroide que estava em órbita do Sol e que atinge a nossa atmosfera acaba gerando esse fenômeno luminoso, que nós conhecemos como meteoro”, complementa.
![Imagem ilustrativa de meteoro na órbita da Terra Imagem ilustrativa de meteoro na órbita da Terra](https://static.ndmais.com.br/2023/12/meteoro-representacao.jpg)
Meteoro e meteorito têm uma diferença crucial: o segundo precisa, obrigatoriamente, atingir o planeta para receber esse nome – Foto: stockgiu/Freepik/Reprodução
Vale lembrar que esse elemento não deve ser confundido com meteoritos. Esses, no caso, são chamados assim por terem “atingido” a Terra. “[Só] se for grande o suficiente para não ser completamente vaporizado pela passagem atmosférica e chegar ao solo”, pontua Marcelo.
Em outras palavras, todos os eventos de colisões de objetos espaciais com o planeta foram causados por meteoritos. Não será o caso da próxima chuva de meteoros – para o bem da Terra.