‘Não vou me opor a conversas’, diz presidente da Guiana após Maduro propor diálogo sobre Essequibo


Fala de Irfaan Ali foi divulgada logo após Nicolás Maduro defender que os dois países têm de ‘sentar e conversar’ sobre o território, controlado pela Guiana mas reivindicado pela Venezuela. Presidente da Guiana, Irfaan Ali
JN
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse neste sábado (9) que não se opõe a dialogar sobre Essequibo, a região maior que a Inglaterra controlada pela Guiana mas que a Venezuela reivindica ser sua.
A declaração de Ali foi feita poucas horas depois de o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, dizer ser necessário “sentar e conversar” com a Guiana, suavizando o tom pela primeira vez desde que seu país realizou, no domingo (3), um referendo sobre a anexação do território.
“Estamos comprometidos com a paz na região”, disse Ali. “A Corte Internacional de Justiça vai decidir, no fim das contas, sobre a polêmica na fronteira Guiana/ Venezuela. Nós já deixamos que claro que não temos oposição a conversas e reuniões enquanto pessoas responsáveis e enquanto país”.
A mudança de tom de ambos os lados ocorreu também no dia em que Maduro falou ao telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na ligação, Lula pediu o diálogo entre os dois países sul-americanos e se disse preocupado, em uma intermediação que vinha sendo esperada ao longo da semana.
Na terça-feira (6), em entrevista exclusiva à GloboNews, o presidente guianês disse esperar que o Brasil tivesse “um papel de liderança” no embate sobre Essequibo. E, na Casa Civil, havia uma avaliação de que a diplomacia brasileira teria de adotar um papel mais ativo e abandonar a posição tradicional de não intervir em conflitos do tipo, segundo uma fonte do governo ouvida pelo g1.
A Venezuela afirma ser a verdadeira proprietária de Essequibo, um trecho de 160 quilômetros quadrados que corresponde a cerca de 70% de toda a Guiana e atravessa seis dos dez estados do país.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.