Aranha de 20 cm: prima das ‘gigantes e voadoras’ pode ser encontrada em SC

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Uma prima da aranha gigante Joro (Trichonephila clavata), que vem atormentado os Estados Unidos, é comumente encontrada em Santa Catarina e em áreas de Mata Atlântica. Ela não voa como a parente, mas possui uma toxina paralisante em sua teia, tornando-se até certo ponto letal para as presas.

Aranha de 20 cm: prima das ‘gigantes e voadoras’ pode ser encontrada em SC

Ela não apresenta ameaça aos humanos – Foto: C. Frank Starmer/Wikimedia Commons/Divulgação/ND

A Nephila clavipes, conhecida como aranha-do-fio-de-ouro, é comum na Mata Atlântica. Suas teias, feitas de fios amarelos, podem atingir até um metro de diâmetro. Estes aracnídeos preferem construir as teias em locais onde as presas são abundantes, como áreas arborizadas abertas, entre galhos de árvores, arbustos, grama alta e ao redor de luminárias.

As presas principais são insetos voadores de pequeno porte, como cigarras, libélulas, mosquitos e abelhas, não representando ameaça direta para humanos ou animais domésticos.

As aranhas-do-fio-de-ouro, como outras da mesma família, produzem toxinas em suas teias. Os componentes tóxicos são secretados por sete glândulas abdominais, que também são responsáveis pela produção da seda.

A Nephila clavipes é conhecida por sua teia cor de ouro – Foto: Victor Patel/Wikimedia Commons/Divulgação/ND

Um projeto vinculado ao Programa Biota Fapesp destacou a complexidade dos processos envolvidos na estratégia de caça da aranha. Os compostos tóxicos, potencializados por certos tipos de ácidos graxos presentes na teia, podem ser letais ou paralisantes para as presas.

Cientistas fazem alerta para invasão de aranhas nos EUA

Enquanto isso, nos Estados Unidos, cientistas estão alarmados com a possível invasão das Joro. Esses aracnídeos, que medem cerca de 20 centímetros, são conhecidas por sua venenosa picada e habilidade de se locomover por “balonismo”, usando fios de teia para “voar” em correntes de vento.

Vídeo mostra como aranha Joro “voa” e cientistas estão alarmados – Foto: Reprodução/Science Magazine

Ecologistas da Universidade Rutgers expressaram preocupação de que a espécie possa se tornar endêmica em Nova York e Nova Jersey, enquanto cientistas da Universidade Clemson afirmam que as Joro podem se reproduzir facilmente nas selvas da Carolina do Sul.

O perigo representado pelas aranhas Joro não está apenas em sua aparência ameaçadora, mas nos impactos imprevistos que podem causar nos ecossistemas locais. A ausência de predadores naturais e as condições favoráveis podem facilitar a reprodução descontrolada da espécie, representando um risco para a biodiversidade local.

Apesar do medo que as aranhas Joro podem causar, cientistas ressaltam que elas não representam uma ameaça direta para humanos ou animais de estimação. A visão de que animais invasivos são necessariamente agressivos é desmistificada por pesquisadores, que afirmam que as Joro são mais pacíficas do que sua aparência sugere.

Amitesh Anerao, coautor de um estudo sobre as aranhas, destaca que esses animais têm a capacidade de conviver harmoniosamente com os humanos, podendo não desaparecer tão cedo.

 

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