Incentivar maneiras de conscientizar sobre o combate à violência contra a mulher é dever de todos. Pensando em trabalhar o tema para além do Agosto Lilás, escolas de Florianópolis incluem a campanha “16+5 dias de ativismo” nas atividades desenvolvidas em sala de aula.
![Escola de Florianópolis promove pesquisa sobre muheres na ciência em atividade sobre a campanha "16+5 dias de ativismo" Escola de Florianópolis promove pesquisa sobre muheres na ciência em atividade sobre a campanha "16+5 dias de ativismo"](https://static.ndmais.com.br/2023/12/ebm-albertina-madalena-dias-1-800x636.jpeg)
Conhecer as mulheres cientistas era um dos objetivos da campanha “16+5 dias de ativismo” – Foto: EBM Albertina Madalena Dias/Divulgação
Ao longo de 21 dias – de 20 de novembro a 10 de dezembro -, as unidades desenvolveram diversas iniciativas visando debater o papel de cada cidadão como agente transformador, combatendo a discriminação e diferentes formas de violência.
Desigualdade entre os gêneros, direitos, leis e movimentos das mulheres são alguns dos temas incluídos no material desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis e direcionados às escolas, que também contempla sugestões de leitura e outros conteúdos para aprimorar o conhecimento sobre o assunto.
Mulheres na ciência
![Pesquisa sobre mulheres na ciência foi uma das atividades desenvolvidas na campanha "16+5 dias de ativismo" Pesquisa sobre mulheres na ciência foi uma das atividades desenvolvidas na campanha "16+5 dias de ativismo"](https://static.ndmais.com.br/2023/12/ebm-albertina-madalena-dias-3-800x610.jpeg)
Para iniciar as atividades, os estudantes pesquisaram sobre as mulheres cientistas – Foto: EBM Albertina Madalena Dias/Divulgação
Na Escola Básica Municipal Albertina Madalena Dias, o foco foi a pesquisa sobre as mulheres cientistas. Conduzidos pela professora do laboratório de Ciência, Bruna Silva da Silva, em parceria com a professora Karina Kelli Tavares de Souza, a turma do quinto ano do período vespertino se aprofundou no tema.
“Eu comecei a me questionar: será que os estudantes conhecem alguma cientista? E se fizermos essa pergunta, o que será que eles responderiam?”, relembra Bruna. E a resposta foi unânime: somente homens vieram à mente dos discentes, como Albert Einstein e Nikola Tesla.
O próximo passo foi iniciar as pesquisas e conhecer as figuras femininas nas ciências, mostrando que, apesar de ainda ser um ambiente majoritariamente masculino, a presença das mulheres na área não vem de agora, sendo elas responsáveis por algumas das criações que revolucionaram o mundo.
“Nesse momento eles ficaram maravilhados que as mulheres estão na ciência há muito tempo, porém só não estamos acostumados a escutar sobre os feitos que já realizamos nessa área”, relata Bruna.
Com os levantamentos dos dados em mãos, os estudantes aprenderam a conduzir estudos, a analisar fontes confiáveis e aprender que existem pesquisadoras de diferentes origens e etnias, além de, com a ajuda da professora Maria Eduarda Coelho, produzir um painel com as informações obtidas.
“Eu não sabia que existiam tantas mulheres assim na área da ciência, e também que muitas coisas que elas criaram são importantes para nós. Muitas mulheres negras também, o que muitas pessoas não falam, foi muito importante conhecermos”, comenta a estudante Renata Fernanda Costa.
Agentes transformadores
![As atividades sobre o "16+5 dias de ativismo" foram desenvolvidas com base no material enviado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis As atividades sobre o "16+5 dias de ativismo" foram desenvolvidas com base no material enviado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis](https://static.ndmais.com.br/2023/12/ebm-maria-conceicao-nunes-800x563.jpeg)
As atividades foram desenvolvidas com base no material enviado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis – Foto: EBM Maria Conceição Nunes/Divulgação
Dando continuidade aos ensinamentos vistos no Agosto Lilás, as turmas dos nonos anos da EBM Maria Conceição, orientados pela professora Tânia Minsky, finalizaram as atividades sobre o assunto neste mês de dezembro.
“Palestras, reflexões, elaboração de cartazes e posts para as redes sociais foram algumas das atividades realizadas com o objetivo de conscientizar os estudantes sobre o tema e promover o enfrentamento à violência contra a mulher”, explica a educadora.
Com a produção de postagens para as plataformas digitais, os discentes podem compreender que o papel deles também é importante nas ações em combate a discriminação, enquanto desenvolvem as habilidades de comunicação e expressão. Para colocar a mão na massa, foram instruídos sobre o uso de aplicativos de edição, como o Canva.
Para concluir o projeto, foram feitos posts sobre a campanha “16+5 dias de ativismo”, dando sugestões de maneiras de trabalhar o assunto e falando sobre os diferentes tipos de violência, artes que foram divulgadas nas redes sociais dos estudantes.
Origem da campanha 16+5 dias de ativismo
Criada em 1991, a campanha “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres” conta hoje com mais de 150 países participantes, durante o período de 25 de novembro a 10 de dezembro. Todavia, no Brasil, as atividades iniciam cinco dias antes, começando já no data que marca a Consciência Negra.
O movimento é uma iniciativa de mobilização e sensibilização com o objetivo de promover o debate e denunciar as diferentes formas de violências que meninas e mulheres sofrem ao redor do mundo.
A data foi estabelecida como uma forma de homenagem às irmãs Maria Teresa, Minerva e Pátria, também conhecidas como “Las Mariposas”, ativistas políticas que foram assassinadas por se oporem ao governo ditatorial de Rafael Trujillo, na República Dominicana, entre 1930 e 1961.