‘A gente fica perdido e não sabe o que fazer’, desabafa pai sobre uso excessivo de telas pelos filhos

Especialista recomenda que novas regras sejam negociadas dentro da família para que os conflitos sejam amenizados ‘A gente fica perdido e não sabe o que fazer’, desabafa pai sobre uso excessivo de telas
A preocupação com o uso excessivo de telas e como isso impacta no desempenho escolar e na saúde mental de crianças e adolescentes tem gerado debate entre especialistas. No Fantástico, Drauzio Varella explica como pesquisadores tentam responderas perguntas sobre o tema e mostra o tamanho do desafio de mudar hábitos e promover o uso consciente das tecnologias.
O pediatra Daniel Becker, que tem acompanhado o movimento de perto, foi convidado para acompanhar a rotina de uma família no Rio de Janeiro. O pai, Marcos, fala sobre a rotina na casa:
💻 Caio, que estuda pela manhã, geralmente acaba indo para o computador depois do almoço. “Se deixar, vai o dia todo, vira a noite no computador”, conta o pai.
🤳 Daniel não é diferente. “Ele só sai do celular quando está carregando”, diz a mãe, Tatiara.
“A gente janta junto, eu e meu marido. Daniel janta com o telefone em cima da mesa e o Caio no seu no computador. Ele leva o prato e janta no computador”, relata a mãe.
Com cada um em sua tela, a falta de interação virou uma constante na família e, com o tempo, os conflitos começaram.
“Já teve muitas discussões com minha mãe por conta que ela mandava sair do jogo de noite e eu não saía, virava a noite”, relata Caio.
“Eles não são de falar palavrões assim no dia a dia, mas quando está no jogo, falam palavrões direto. Ele tentou agredir um pouco a gente, né? Foi assim uma coisa horrível”, fala Tatiara.
“A gente fica perdido, não sabe o que fazer”, completa Daniel, o pais das crianças
🤝 No caso da família Nogueira, o pediatra Daniel Becker propõe que todos negociem as regras. “Isso vai dar trabalho, desculpa informar. Eu vou sugerir algumas coisas para vocês: vocês não vão tirar ninguém, vão tirar a tela de vocês. Não adianta a gente reprimir, brigar, castigar ou gritar… Vai ter conflito, mas com contratos vão diminuir muito esses conflitos. Então, eu sugiro que vocês conversem, façam uma proposta. Chame as crianças e eles vão fazer as contrapropostas. É como se fosse uma negociação de paz”.
Família cria novas regras para diminuir conflitos causados pelo uso excessivo de telas
Após a sugestão do especialista, Tatiara conta que a primeira noite deixou as crianças irritadas sem a presença do celular. “Eu estou tentando fazer mais coisas dentro de casa para tentar largar um pouco o celular, porque não adianta só eu tirar deles e eles ficarem me vendo direto no celular, não é? Então estou me ocupando bastante nos afazeres de casa”, explica.
Ela até conseguiu reunir os filhos para um lanche da tarde sem os celulares e os meninos redescobriram a piscina do quintal.
“Passava a madrugada jogando toda e ficava muito nervoso, acabava descontando meu irmão. Agora eu dou uma pausa de tarde, vou jogar alguma coisa, jogar uma bola, toma banho de piscina”, relata Caio.
Saúde mental em jogo
Situações como as relatadas acima devem geram um sinal de alerta nos pais e podem levar a crises de saúde mental e levar ao chamado “convívio precário”. Alguns dos sinais de alerta são:
😤irritação fácil;
😨ansiedade;
🥱privação do sono;
🚪 preferências por ficar no quarto;
🏃‍♀️ falta de interesse em atividades ao ar livre;
👭 queda de tempo ode interação social.
A solução para esse problema passa por dois pontos fundamentais: conversa e exemplo. Afinal, é preciso estabelecer regras razoáveis e os pais precisam segui-las.
Veja a reportagem completa abaixo:
Drauzio Varella orienta famílias sobre uso consciente de telas na infância e adolescência
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