Atendente de lanchonete diz que foi chamada de ‘mucama’ por major da PM em academia no Recreio


Segundo a denúncia, a major e uma amiga pediram café na lanchonete, e a mulher teria dito ‘mucama, traz meu café’ três vezes. Caso foi registrado como Preconceito de Raça, Cor, Etnia, Religião ou Procedência Nacional. BodyTech da Salvador Allende, no Rio
Reprodução/Google View
Uma atendente de lanchonete registrou uma ocorrência contra uma major da Polícia Militar por racismo dentro de uma academia no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio, na última sexta-feira (8).
De acordo com a mulher de 33 anos, ela estava trabalhando quando a oficial e uma amiga pediram um café e um capuccino na lanchonete da academia Body Tech, na Salvador Allende.
Depois de sentar, a policial teria dito “mucama, traz meu café”. Segundo a vítima, a mulher repetiu a palavra mucama três vezes, em tom de deboche, e disse “não sei quem foi o filho da p# que aboliu essa lei no Brasil.”
A expressão “mucama” refere-se às mulheres negras escravizadas que eram obrigadas a fazer os serviços caseiros, além de acompanhar as mulheres brancas em passeios ou amamentar seus filhos.
Já a lei a que a major se refere é a Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) investiga a situação e que diligências estão em andamento para apurar a situação. O caso foi registrado como Preconceito de Raça, Cor, Etnia, Religião ou Procedência Nacional.
Já a Polícia Militar disse que a Corregedoria da corporação abriu um procedimento apuratório para verificar o caso.
A BodyTech infomou que a aluna se desligou da academia. Disse ainda que coopera com as autoridades, se solidariza com a atendente e “repudia todo e qualquer ato de racismo dentro ou fora de suas instalações.”
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