Fluxo da Cracolândia cresce 42% no segundo semestre, diz Prefeitura de SP

De janeiro a junho, a média diária de pessoas no fluxo era de 370, e passou para 527 de julho a dezembro, segundo a Prefeitura. Segundo a gestão municipal, os usuários de drogas ocupam atualmente 12 ruas na região central da cidade. Cracolândia cresce 42,5% no segundo semestre de 2023
Um monitoramento realizado pela Prefeitura de São Paulo aponta que o número de usuários de drogas que fazem parte do chamado “fluxo” da Cracolândia cresceu 42,4% no segundo semestre deste ano, em comparação ao primeiro.
De janeiro a junho, a média diária de pessoas no fluxo era de 370, e passou para 527 de julho a dezembro, segundo a Prefeitura.
Segundo a gestão municipal, os usuários de drogas ocupam atualmente 12 ruas na região central da cidade.
Os dados foram obtidos pela Secretaria de Segurança Urbana por meio do uso de drones com câmeras de alta definição. Os equipamentos mapeiam a região da Luz duas vezes ao dia, de manhã e à tarde.
A partir das imagens, um método de cálculo é aplicado para estimar o número de pessoas nas aglomerações visíveis (neste caso, aquelas com mais de 30 indivíduos). Os resultados são divulgados no “painel de monitoramento das cenas de uso da região da Luz”, no site da prefeitura.
O Hub de cuidados para usuários de drogas, reinaugurado em abril pelo governo estadual, tem realizado, em média, 37 atendimentos por dia.
“Esse número tem aumentado cada vez mais, mostrando que, infelizmente, nós estamos diante de um problema muito grave de saúde pública”, diz Querino Cordeiro, diretor do centro de atendimentos.
O ajudante geral Fábio Ferreira da Silva relata o quão difícil é se livrar do vício em substâncias como o crack.
“A primeira internação aqui no Hub era pra ficar por três meses, e eu só consegui ficar um. Mas vou tentar de novo, até eu conseguir me livrar do crack, porque eu já vi reportagens de pessoas que conseguiram. Eu quero daqui pra frente fazer um tratamento completo”.
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Para Herlder Roberto da Silva, o tratamento é mais do que uma questão de saúde.
“Na rua, você é discriminado, você não é nada, é mal visto pela sociedade, é visto como um vagabundo, mas ninguém sabe a história de como a pessoa chegou lá. Eu quero mostrar pra mim mesmo que eu sou capaz de dar a volta por cima. Eu já fui alguém e posso ser de novo”, diz o homem, que está no processo para deixar a dependência.
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