A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou um alerta para a população sobre os perigos do consumo indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil, como sildenafila, tadalafila, vardenafila, udenafila e lodenafila. Segundo o órgão, o uso recreativo, sem prescrição médica, vem crescendo e pode trazer consequências graves, incluindo infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), arritmias, perda de visão, dependência psicológica e até morte súbita.
Esses fármacos, vendidos legalmente apenas sob prescrição médica, têm sido encontrados em suplementos, gomas e até em academias, sem qualquer regulamentação da Anvisa. O problema atinge principalmente os mais jovens, que recorrem às pílulas por curiosidade, insegurança ou influência da pornografia. De acordo com especialistas, esse comportamento pode gerar dependência precoce e até provocar disfunção erétil psicogênica — quando a dificuldade de ereção é causada pelo medo de falhar sem o medicamento.
Entre os efeitos colaterais imediatos do uso sem orientação estão dor de cabeça, vermelhidão no rosto, palpitações, queda de pressão e priapismo (ereção prolongada e dolorosa). Porém, os riscos mais graves aparecem quando há associação com álcool ou drogas recreativas, como cocaína e êxtase, que potencializam a chance de arritmia, infarto e AVC.
Outro alerta dos médicos é que a automedicação pode mascarar doenças sérias. A disfunção erétil pode ser o primeiro sinal de problemas como diabetes, hipertensão ou aterosclerose. Ao recorrer às pílulas, muitos pacientes perdem a oportunidade de investigar a real causa da disfunção, atrasando o diagnóstico de doenças potencialmente fatais.
Além dos riscos clínicos, há o perigo do mercado paralelo. Produtos vendidos fora das farmácias podem conter substâncias tóxicas, doses adulteradas ou até compostos diferentes dos anunciados. “É uma roleta-russa para a saúde”, afirmou o urologista Mark Neumaier.
A Anvisa reforça que esses medicamentos só devem ser usados com prescrição e acompanhamento médico. A recomendação é clara: não consumir fórmulas manipuladas sem orientação, não comprar produtos não regularizados e denunciar a comercialização ilegal.
Segundo o cardiologista Bruno Sthefan, a mensagem é simples: “Esses medicamentos são seguros quando bem indicados, mas usados sem avaliação clínica podem custar uma vida”.

