Pai que fez justiça com as próprias mãos e matou motorista que atropelou seu filho é julgado

O caso que chocou Goiânia e ganhou repercussão nacional chegou ao fim nesta quarta-feira (10). O júri da 2ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida absolveu Dedilson de Oliveira Souza, pai de Danilo Pignata, de 8 anos, morto em um atropelamento em 2022. Dedilson viu o filho ser atropelado e acabou matando o motorista Francilei da Silva Jesus, responsável pelo atropelamento.

O crime aconteceu em 17 de dezembro de 2022, quando pai e filho vendiam balas em um semáforo. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que Francilei perdeu o controle do veículo ao fazer uma curva, subiu no canteiro e atingiu a criança, que estava encostada em uma árvore. Dedilson conseguiu saltar a tempo, mas viu o filho ser esmagado pelo carro.

Em desespero, ele partiu para cima do motorista e o agrediu com chutes e pedradas. Socorrido, Francilei foi levado ao Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), mas morreu três dias depois.

A investigação concluiu que o motorista estava embriagado no momento do acidente, fator que pesou no julgamento. Durante a sessão, oito testemunhas e sete jurados acompanharam o caso. A defesa de Dedilson sustentou a tese de homicídio privilegiado, alegando que o réu agiu dominado pela forte emoção ao presenciar a morte do filho.

O júri acatou a argumentação e declarou o réu inocente. O juiz Lourival Machado da Costa ressaltou a comoção que envolve a tragédia. “A dor de um pai que perde um filho nessas circunstâncias é algo inimaginável”, afirmou um dos advogados de defesa.

Após o atropelamento, Dedilson chegou a ser preso preventivamente, mas obteve liberdade provisória em audiência de custódia. Na época, a juíza Luciane Cristina Duarte da Silva considerou que o crime havia sido motivado por intenso abalo emocional.

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